Mulher branca, ainda jovem (estimo que estivesse na casa dos 30 anos ao tempo da Aclamação de Dom Pedro I), viúva havia menos de um ano, com filhos na menoridade, Antonia Maria do Nascimento residia no Arraial da Matriz de Santo Antônio da Casa Branca, Termo da Vila Rica de Ouro Preto, Comarca de Ouro Preto, Província de Minas Gerais.
É possível que Antonia tenha nascido ou na Freguesia de Nossa Senhora do Pilar da Vila Rica de Ouro Preto, ou no Arraial de Santo Amaro do Botafogo, filial daquela Matriz. Seu pai era o português João Sampaio do Valle (que, se ainda estivesse vivo quando Dom Pedro foi aclamado Imperador, seria um senhor septuagenário), natural da Freguesia de São Tomé dos Estorãos, Termo da Vila de Monte Longo de Fafe, Comarca de Guimarães, Província do Entre Douro e Minho. A mãe de Antonia, falecida entre 1816 e 1818, era a brasileira Maria Roza do Nascimento, natural da Freguesia de Nossa Senhora do Pilar de Vila Rica de Ouro Preto, cabeça da comarca de mesmo nome e capital da Província de Minas Gerais.
Pelo lado materno, Antonia era sobrinha do Padre Jozé Dias de Amorim (cuja biografia ignoro, mas sei que ministrou sacramentos na capital mineira). Além disso, ela era irmã dos Padres Serafim de Sampaio e Valle (coadjutor do vigário da Freguesia de Nossa Senhora do Pilar da Vila Rica de Ouro Preto ao tempo da Aclamação), e Vidal Jozé do Valle (que foi vigário da referida freguesia).
Antonia casou-se, na primeira década do século XIX, com o português Antonio de Castro Guimarães. Ele era natural da Freguesia de Santa Comba de Fornelos, Termo da Vila de Monte Longo de Fafe, Comarca de Guimarães, Província do Entre Douro e Minho. Filho legítimo de Agostinho de Novaes Castro, e de Maria da Silva, acrescentara o toponímico “Guimarães” (referência à comarca de que era natural) ao nome de sua família. Faleceu por volta de 1821 no Arraial da Matriz de Santo Antônio da Casa Branca – em cujos registros paroquiais, ele e a esposa aparecem a partir de 1814. Nessa localidade, nasceram e foram batizadas as duas últimas filhas do casal.
Quando Antonio faleceu, em 1821, Antonia tinha cinco filhos menores para criar: Antonio de Castro Guimarães (Junior), Carlota Maria de Castro (nascida por volta de 1810), Candido de Castro Guimarães, Maria Izabel de Castro (nascida em 1816), e Justina Maria de Castro (nascida em 1818). Desses, descendo da filha caçula, Justina Maria de Castro, minha pentavó, batizada pelo Vigário Manoel Ferreira da Fonseca na Matriz de Santo Antônio da Casa Branca aos 25 de Março de 1818. Foram seus padrinhos dois tios maternos: o Padre Serafim de Sampaio e Valle, e Dona Justina Maria de Sampaio. Minha pentavó tinha, portanto, apenas quatro anos de idade quando Dom Pedro foi aclamado Imperador do Brasil.
* Quanto aos filhos de Antonia Maria do Nascimento, sei que a primeira a se casar foi Carlota Maria de Castro. Ela e Joze Vieira Braga se receberam em matrimônio por volta de 1828. A primeira filha do casal, de nome Cecilia, foi batizada na Matriz de Santo Antônio da Casa Branca aos 14 de Janeiro de 1829, e teve por padrinhos o avô paterno (Pedro Vieira Braga) e a avó materna (a referida Antonia Maria do Nascimento). Quando se fez a primeira lista nominal do arraial, aos 13 de Outubro de 1831, apenas Carlota e o marido, da família de Antonia, aparecem entre os habitantes de Casa Branca (Fogo n.º 55). Quando se fez a segunda lista nominal, aos 6 de Dezembro de 1838, aparecem morando com Carlota (Fogo n.º 96) suas duas irmãs mais novas: Maria Izabel e Justina Maria. Pode ser que Antonia tenha falecido em outro lugar, entre 1831 e 1838; ou que tenha falecido em Casa Branca entre 1829 e 1831. De qualquer maneira, seus outros filhos não aparecem na relação nominal de 1831 (sinal de que ou moravam com a mãe em outra localidade, ou, órfãos de mãe, estavam sob a tutela de um parente em alguma outra paragem). Além de Carlota, também Antonio de Castro Guimarães (Junior) celebrou matrimônio e batizou seus primeiros filhos na Matriz de Santo Antônio da Casa Branca. Sua esposa se chamava Maria Joaquina de Jezus, e ela era filha legítima de Manoel Ferreira Dias, e de Genoveva Bonifacia. Já minha pentavó, Justina Maria de Castro, ela se casou, segundo estimo, em 1839. Recebeu por marido Ignacio Bartholomeu Pereira – que era afilhado de Pedro Vieira Braga (sogro de Carlota), e filho de Marcos Alves Pereira.
** Justina acompanhou Ignacio em suas sucessivas moradias pela Província de Minas Gerais: empregado no magistério público pelo Governo Provincial, Ignacio lecionou em Casa Branca, Pedra do Anta, e Muriaé – sendo essa última a localidade em que o casal viria a falecer (estimo que em data posterior a 1865).
** Justina acompanhou Ignacio em suas sucessivas moradias pela Província de Minas Gerais: empregado no magistério público pelo Governo Provincial, Ignacio lecionou em Casa Branca, Pedra do Anta, e Muriaé – sendo essa última a localidade em que o casal viria a falecer (estimo que em data posterior a 1865).
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