Este, que é meu hexavô, ao tempo da Aclamação de Dom Pedro, era um homem com meio século de vida, casado e pai de família – a qual procurava sustentar com os modestos rendimentos provenientes de sua oficina de sapateiro. Estava então estabelecido no Arraial da Matriz de Santo Antônio da Casa Branca, Termo da Vila Rica de Ouro Preto, Comarca de Ouro Preto, Província de Minas Gerais. Para alguns de seus conterrâneos, Marcos era homem branco; para outros, era pardo – o que bem reflete a flexibilidade dos critérios de classificação racial do Brasil oitocentista.
Não sei de onde era natural ou quais eram seus pais. Parece que nasceu entre 1770 e 1774. Era casado com Thereza Maria de Jesus, de quem ignoro igualmente a origem e filiação. Thereza nasceu provavelmente em 1780: era, portanto, uma mulher quadragenária ao tempo da Aclamação. Também ela é descrita ora como branca, ora como parda. Sinal de que ela e o marido tinham ascendência tanto européia quanto africana – dualidade estampada na pele e no juízo de seus contemporâneos. Marcos e Thereza estavam casados, naquele ano de 1822, havia pelo menos duas décadas.
Consegui localizar oito filhos para esse casal: Anna Senhorinha (nascida em 1803), Maria Thereza (1805), Maria Fernandes (1807), Clemente (1811), Ignacio (1813), Marcos Saturnino (1814), Thereza Maria (1816), e Antonio Egidio (1819). Estavam todos, pois, na menoridade quando Dom Pedro foi aclamado Imperador do Brasil. Desses, descendo de Ignacio Bartholomeu Pereira, batizado pelo Vigário Manoel Ferreira da Fonseca na Matriz de Santo Antônio da Casa Branca aos 2 de Setembro de 1813. Foram seus padrinhos: o lavrador Pedro Vieira Braga e sua mulher Ana Maria de Jesus. Ignacio tinha, portanto, apenas 9 anos de idade quando da Aclamação.
* Marcos Alves Pereira e sua família aparecem nas listas nominais do Arraial de Santo Antônio da Casa Branca de 13 de Outubro de 1831 (Fogo n.º 7) e de 6 de Dezembro de 1838 (Fogo n.º 37). Ao que parece, não tinham escravos. Não sei quando e onde faleceram Marcos e Thereza, mas desconfio que tenha sido no próprio Arraial de Santo Antônio da Casa Branca.
** Na família de Marcos Alves Pereira, apenas os homens foram alfabetizados. Essa educação permitiu que meu pentavô Ignacio Bartholomeu Pereira ascendesse socialmente: pois, com ela, pôde se habilitar para o magistério. Ignacio foi professor de primeiras letras em Casa Branca, Pedra do Anta, e Muriaé.
*** Ignacio viria a se casar, por volta de 1839, com Justina Maria de Castro, filha legítima do minhoto Antonio de Castro Guimarães e da mineira Antonia Maria do Nascimento. Ignacio e Justina faleceram em Muriaé, em, data que ignoro, posterior a 1865.
*** Ignacio viria a se casar, por volta de 1839, com Justina Maria de Castro, filha legítima do minhoto Antonio de Castro Guimarães e da mineira Antonia Maria do Nascimento. Ignacio e Justina faleceram em Muriaé, em, data que ignoro, posterior a 1865.
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